Introdução
O modelo de Escola Dominical, tal como a temos hoje, é uma instituição moderna, porém seus fundamentos estão alicerçados a começar da época do Antigo Testamento, desde as ordenanças divinas redigidas nas leis mosaícas até o retorno do cativeiro babilônico, passando pelo período em que Cristo esteve aqui na Terra, percorrendo milênios até atingir seu ápice, na 1ª Revolução Industrial.
Gilberto (1998, p. 10) assevera que “A Escola Dominical é a fase presente da instrução bíblica milenar que sempre caracterizou o povo de Deus” e historicamente, em seus primórdios, ela confunde-se com a formação da nação de Israel passando por cinco períodos de consolidação, quais sejam: (1) nos dias de Moisés; (2) na época dos sacerdotes, reis e profetas; (3) durante e após o cativeiro babilônico; (4) nos dias de Jesus e (5) na fase atual.
À vista disso, a fim de entender melhor o desenvolvimento da Escola Bíblica no decorrer da história da nação de Israel, cabe salientar os principais acontecimentos, de forma sintética.
Logo após, estudar-se-á as três fases mais importantes da história da Escola Bíblica Dominical, quais sejam: a constituição na época de Moisés; a consolidação na época dos juízes e reis e, por fim, a atual concepção com Robert Raikes.
A Bíblia Sagrada fornece relatos que descrevem a origem da nação de Israel, porém também há evidências arqueológicas e fontes adicionais que ratifica a história sacra.
Arrebata-se do relato mosaico do livro do Gênesis, a partir do final do capítulo 11 e início do capítulo 12, que o povo de Israel nasceu da descendência de Abraão, que habitava a Mesopotâmia (Ur dos Caldeus) há cerca de cinco mil anos e que posteriormente, por ordenança divina, partiram para a região de Canaã.
Ainda no livro do Gênesis, ocorre a narrativa que no fim do século XVII a.C., por motivo de uma grande fome, Jacó juntamente com sua família, emigrou ao Egito, onde o governador da época era José seu filho.
Continua a Bíblia Sagrada verberando que, após a morte de José e a sucessão do Faraó, o Egito com medo do grande crescimento do povo israelita, escravizou o povo escolhido por 400 anos.
Após isso, Deus levantou Moisés que tirou o povo do Egito e os levou para a terra prometida. Durante o interregno de 40 anos, da caminhada do povo israelita no deserto até a cidade de Canaã, Deus concedeu àquele povo leis morais, cerimoniais e civis. Que regulara diversos preceitos, inclusive a educação moral e religiosa dos hebreus (primórdio da Escola Dominical).
Embora o libertador da escravidão do Egito tenha conduzido o povo durante 40 anos pelo deserto, este não pode entrar na terra prometida por causa de sua desobediência (Nm 20.11-12). O sucessor de Moisés, Josué antes conhecido como Oséias, após batalhas e passagem pelo Rio Jordão, levou o povo até a cidade santa, dividindo-se a terra em 12 pedaços/tribos (Js 14).
Em seguida, é inaugurado na história de Israel o período denominado “Período dos Juízes”. Quando cada tribo de Israel passou a ter um juiz como governante.
Todavia, por influência dos povos vizinhos, as tribos de Israel não queriam mais ser governadas por homens e mulheres escolhidos por Deus, queriam, assim como as nações adjacentes, reis que governavam toda a nação (1 Sm 8). Desse modo, Deus atende os pedidos e consagra Saul, como o primeiro rei na nação de Israel (1 Sm 10).
Dessa forma, a partir daquele momento, a terra prometida passou a ser administrada por monarcas. Saul foi sucedido por Davi, em torno do ano 1.000 a.C. (2 Sm 5.1-15), que expandiu o território de Israel e conquistou a cidade de Jerusalém, onde instalou a capital do seu reino.
Sucessivamente, Salomão assumo o reinado de seu pai Davi, quando Israel alcançou o seu apogeu, entre os anos 966 a.C. e 926 a.C.. Todavia, Roboão, filho de Salomão, sucede-lhe. Porém, por brigas e dissenções, o Reino de Israel foi dividido em dois: o Reino do Norte, o reino das dez tribos, também chamado de Reino de Israel, e o Reino do Sul, o reino das duas tribos, também chamado de Reino de Judá, cuja capital ficou sendo Jerusalém.
Séculos mais tarde, no ano 722 a.C., em razão dos pecados do Reino do Norte, a nação Assíria invadiu as dez tribos do norte, causaram-lhes destruição, bem como enviaram para o exílio boa parte da população do reino israelita do norte, dando origem assim às “Tribos Perdidas de Israel”.
Desse mesmo modo, em 586 a.C. o imperador babilônio Nabucodonosor invade Jerusalém, destrói o Primeiro Templo e obriga os moradores das duas tribos do sul, ao exílio por 70 anos (Jr 29.10). Após os o forçado exílio, o Imperador da Persa, Ciro, começa a liberar os israelitas ao retorno da terra natal. Assim, esta é a breve e sintética história da Nação de Israel.
Extrai-se dos grandes eruditos do cânon do Antigo Testamento, que Moisés, descendente de Abraão, Isaque e Jacó, da tribo de Levi, é o grande personagem do Antigo Testamento. Além disso, assim como verbera a ortodoxia bíblica, é de autoria dele os cinco primeiros livros da Bíblia, quais sejam: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
A partir do capítulo 3, do livro do Êxodo, narra as Sagradas Escrituras que Moisés realizou diversos milagres após a contemplação de uma Teofania, na sarça ardente.
Frisa-se, também, que ele libertou o povo de Israel da escravidão no Antigo Egito, tendo instituído a Páscoa. Depois guiou o seu povo através de um êxodo pelo deserto durante quarenta anos, que se iniciou através da famosa passagem em que Moisés abre o Mar Vermelho. Ainda registra a Palavra de Deus, que Moisés recebeu no Monte Sinai as tábuas da lei de Deus, contendo o decálogo.
Examinando os escritos de Moisés, vislumbra-se o início da Escola Bíblica através do Culto Doméstico, porque os pais eram os responsáveis do ensino das Sagradas Escrituras aos filhos, vejamos:
Estas palavras que hoje lhe ordeno estarão no seu coração. Você as inculcará a seus filhos, e delas falará quando estiver sentado em sua casa, andando pelo caminho, ao deitar-se e ao levantar-se. Também deve amarrá-las como sinal na sua mão, e elas lhe serão por frontal entre os olhos. E você as escreverá nos umbrais de sua casa e nas suas portas. (Deuteronômio 6.6-9 NAA)
Frisa-se que como já dito, Moisés e seu povo estava em caminhada constante, rumo à terra prometida. Portanto, a recomendação sacra dizia a respeito dos pais não descuidarem da educação religiosa de suas proles. Assim, naquele tempo, os pais ensinavam as crianças os valores morais e religiosos nas reuniões familiares, na peregrinação e sempre que era possível.
Ou seja, era dever dos pais instruir as crianças em todo o momento. Moisés, no modo hebraico de escrever, salientou que a obrigatoriedade dos pais educar as crianças, pelas Sagradas Escrituras, deve ser continuamente (sentado, andando, deitado, levantado).
Moisés quer dizer, trazendo um princípio norteador para a Escola Bíblica, que não há idade, não há tempo e não há término do estudo, ao contrário disso, o estudo deve ser contínuo e sempre buscando o alvo, a Canaã celestial.
Os sacerdotes do judaísmo antigo consistiam em ministros religiosos hereditários, através da ascendência paterna. Estas famílias são da tribo dos Levi e proveem da descendência de Aarão (Ex 30.22-25).
Além do culto divino que era uma incumbência dos Sacerdotes, eles também tinham o encargo do ensino da Lei de Deus. Por isso, se esmeravam em ler e decorar o texto sacro, para então conseguir transmitir de uma forma melhor os ensinamentos sagrados.
Em caso de lepra, tenham todo o cuidado de fazer segundo tudo o que lhes ensinarem os sacerdotes levitas. Como lhes tenho ordenado, vocês terão cuidado de o fazer (Dt 24.8 – NAA)
Ou seja, os ensinos dos sacerdotes eram para ser vivenciados, não apenas a teoria, mas a prática era devidamente cobrada aos fiéis, conforme pode ser visto no caso dos leprosos.
Dessa maneira deve-se ser o ensino da Escola Bíblica Dominical hodierna, não apenas na teoria, porém ensinando na prática de cada atitude dos discentes, bem como dos docentes.
Salienta-se, ainda, que os reis de Judá, quando andavam conforme a vontade de Deus, aliavam-se aos sacerdotes na promoção do ensino bíblico. Gilberto (1998, p. 12) afirma que o grande exemplo de rei que foi importante para desenvolver o a Escola Bíblica foi o rei Josafá, que enviou levitas, líderes e sacerdotes por toda a terra de Judá para ensinar o povo a lei do Senhor (2 Cr 17.7-9).
Do supradito enxerto sagrado, compreende-se que o ensino bíblico, da Escola Dominical, não pode limitar-se aos domingos pela manhã, porque deve-se ensinar a todos em todos os lugares.
Conta-nos a história moderna, que em uma tarde de 1780, na cidade Gloucester, no Centro-Oeste da Inglaterra, o dedicado jornalista Robert Raikes escrevia um editorial para o seu jornal. Todavia, não conseguia concentrar-se em seus escritos, porque havia muito barulho de brigas e de palavrões do lado de fora. Incomodado com isso, foi verificar o que estava acontecendo, ao conferir, percebeu que quem estava causando estes tumultos eram diversas crianças.
Assustado com a má educação daquelas crianças, e com suas desocupações, Raikes investigou porque havia tantas crianças na rua logo no dia de domingo. Ele notou que devido a 1ª Revolução Industrial, onde não havia direitos trabalhistas e nem regras de proteção às crianças e aos adolescentes, que as crianças trabalhavam incansavelmente de segunda a sábado, e no dia de domingo não tinham “nada para fazer”, e assim ficavam na rua “aprontando”.
Após constatar tal situação, ficou refletindo como poderia mudar o futuro daquelas crianças, pois era sabido que o futuro da maioria daqueles pequeninos seria o mundo do crime e da promiscuidade. Ele então decidiu criar uma escola gratuita, porque naquela época não existia escola pública na Inglaterra, e esta escola tinha a missão de alfabetizar, ensinar matemática, linguagem e principalmente à religião para aquelas crianças, desde modo, ele concederia uma oportunidade para aquelas crianças.
Raikes publicou em seu jornal aquela ideia, e convocou voluntários para este projeto, e conseguiu êxito, pois se voluntariaram quatro professoras. A partir desta data Raikes e sua equipe fundaram a Escola Bíblica Dominical, que nos seus primeiros quatro anos de fundação já se contabilizava 250 mil alunos, e foi notável a queda de criminalidade em toda a Inglaterra, reconhecida também pelas autoridades locais, em razão da Escola Bíblica Dominical.
A Escola Bíblica Dominical chegou ao Brasil no ano de 1836, a Igreja Metodista, através do Rev. Justin Spaulding, que implementou-a no Rio de Janeiro. Todavia, não foi constituída nos moldes de Robert Raikes, pois o alvo principal não era as crianças, e sim os adultos. Nesse sentido, no ano de 1855, em Petrópolis-RJ, o casal de missionários escoceses independentes, Robert e Sarah Kalley, instituíram o que chamamos de a primeira Escola Bíblica Dominical no Brasil.
Seu quórum não foi muito atrativo, pois apenas apareceram cinco crianças, mas graças a Deus aquela semente plantada floresceu e deu seus frutos.
Em decorrência desse embrião, a Escola Bíblica Dominical na Assembleia de Deus aconteceu dois meses após a fundação desta no Brasil, ou seja, em agosto de 1911, na casa do irmão José Batista Carvalho, em Belém-PA.
Entretanto, com a grande propagação das igrejas Assembleia de Deus no Brasil, foi necessária a uniformização de mensagens ministradas na EBD, então na década de 1920, começou circular no Brasil o jornal “Boa Semente”, que suplementava as lições e uniformizava as lições ministradas nas Assembleias de Deus no Brasil.
Este jornal foi a pedra fundamental da atual revista “Lições Bíblicas”, pois ele foi aperfeiçoado e transformado na revista para jovens e adultos denominada de “Lições Bíblicas”, no ano de 1930. Inicialmente a revista era comentada pelos missionários suecos Samuel Nystron e Nils Kastberg.
No início as revistas eram trimestrais, entretanto, com o precário e difícil transporte das revistas – a saber, as revistas eram transportadas via litoral, por navios de cargas – deixou de ser trimestral e passou a ser semestral. Entretanto, o Brasil foi crescendo e consequentemente suas rodovias também, com isso, a revista voltou a ser periodizada a cada três meses.
As primeiras revistas para crianças só vieram a surgir na década de 40, por meio de Emílio Conde, que realizou o sonho de Robert Raikes. Hoje em dia, as Assembleias de Deus, através de sua Editora, a CPAD, são reconhecidas pelo notável e primoroso trabalho desenvolvido nas Escolas Bíblicas Dominicais.
Assustado com a má educação daquelas crianças, e com suas desocupações, Raikes investigou porque havia tantas crianças na rua logo no dia de domingo. Ele notou que devido a 1ª Revolução Industrial, onde não havia direitos trabalhistas e nem regras de proteção às crianças e aos adolescentes, que as crianças trabalhavam incansavelmente de segunda a sábado, e no dia de domingo não tinham “nada para fazer”, e assim ficavam na rua “aprontando”.
Após constatar tal situação, ficou refletindo como poderia mudar o futuro daquelas crianças, pois era sabido que o futuro da maioria daqueles pequeninos seria o mundo do crime e da promiscuidade. Ele então decidiu criar uma escola gratuita, porque naquela época não existia escola pública na Inglaterra, e esta escola tinha a missão de alfabetizar, ensinar matemática, linguagem e principalmente à religião para aquelas crianças, desde modo, ele concederia uma oportunidade para aquelas crianças.
Raikes publicou em seu jornal aquela ideia, e convocou voluntários para este projeto, e conseguiu êxito, pois se voluntariaram quatro professoras. A partir desta data Raikes e sua equipe fundaram a Escola Bíblica Dominical, que nos seus primeiros quatro anos de fundação já se contabilizava 250 mil alunos, e foi notável a queda de criminalidade em toda a Inglaterra, reconhecida também pelas autoridades locais, em razão da Escola Bíblica Dominical.
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“Registro: 010 COMADEBG.”
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